Planejar para o longo prazo é uma obrigação, pois, seis em cada dez empresas fecham após cinco anos de atividade, aponta o IBGE. Por outra parte, é importante salientar que, um em cada três brasileiros ― entre 18 e 64 anos ― possuem uma empresa, ou estão envolvidos na criação de um negócio.
Os micros, pequenos e médios empresários enfrentam vários problemas, como a burocracia, pouco incentivo governamental, crises econômicas, crises sanitárias, a exemplo do Coronavírus.
Considerando esses vários problemas acima citados, apresentaremos, a seguir, as estratégias adequadas para que sua empresa possa sobreviver com lucratividade no longo prazo.
A fim de que sua empresa possa sobreviver às diferentes turbulências, bem como se sobressair e ter longevidade no mercado, apresentamos, a seguir, um total de 5 estratégias. Como exemplo deste planejamento de longo prazo, apresentamos a história da Cafeteria Starbucks.
1) Objetivos da Empresa
Desde o começo, os fundadores e gestores das empresas devem ter claro quais produtos e serviços desejam ofertar, como gostariam que seus clientes se sentissem dentro do negócio, bem como o método de tratamento a eles dispensado.
A Starbucks foi fundada no ano de 1971, em Seattle, Estados Unidos. A empresa não passava de um pequeno espaço, num pequeno mercado da cidade. Foi assim até o ano de 1983, quando o Diretor de Operações de Varejo e Marketing, Howard Schultz, viajou para a histórica Itália e, caminhando pelas ruas daquele país encantador, percebeu a bela cultura das cafeterias italianas. O contato cliente-funcionário era perfeito; parecia que eles se conheciam há anos. O ambiente dentro das cafeterias era aconchegante e único.
Schultz tentou aplicar na Starbucks esta fórmula de serviço, além de ofertar o Caffè Latte no estabelecimento; porém, os fundadores não gostaram da ideia. Schultz acabou saindo da empresa, e fundou sua própria cafeteria com o conceito e os produtos antes mencionados. Após um par de anos, o sucesso da nova cafeteria foi tal que Schultz acabou comprando as lojas, a torrefação e a marca Starbucks.
2) Público-alvo
Para alcançar o sucesso empresarial é preciso conhecer qual público você gostaria de atingir com seu produto, o que essas pessoas fazem da vida, qual a sua idade, seu nível de renda e outros dados. Para a Starbucks, seu público-alvo pode ser definido como jovens e adultos entre 18 e 40 anos, da classe A, com carreiras profissionais ou universitários que buscam status e bem-estar social, além de apreciar um bom café, e buscar um local agradável para bater um bom papo, se reunir, ou trabalhar.
Quando uma empresa não conhece seu público-alvo, basicamente, está destinada a falir. Ao desconhecer seus clientes, não poderá elaborar uma estratégia de Marketing adequada e, com isso, ninguém se sentirá atraído pelos produtos ou serviços, não haverá ingressos satisfatórios, acarretando perdas e mais perdas para o negócio.
3) Inovação e Adaptabilidade
Mudanças acontecem a cada dia neste mundo globalizado; produtos que há um ano eram valorizados, hoje podem não ter o mesmo valor. As opiniões, gostos, necessidades, estão mudando constantemente, desde a roupa que usamos, até a comida que consumimos. É por isso que as empresas devem pensar no longo prazo, e antecipar qualquer mudança. O mercado está em constante mudança, e as micro, pequenas e médias empresas devem acompanhar essas mudanças.
Não é possível falarmos de Starbucks sem falar de inovação e adaptabilidade. Estes foram princípios que Howard Schultz tinha presente ao introduzir bebidas como Caffè Latte, mencionado anteriormente.
No ano de 1995 foi introduzido o Frappuccino que ganhou muita popularidade entre os consumidores. O Frappuccino é uma mistura de Frappé e Cappuccino. Hoje em dia, o Frappuccino é responsável por mais de US$2.5 bilhões em vendas da Starbucks, anualmente. Além dessa bebida, a cada ano foram adicionadas mais bebidas inovadoras.
Também com a expansão da cafeteria para o oriente, apareceram novos problemas e desafios. A empresa percebeu que o mercado asiático era diferente do ocidental. Este novo público preferia o chá antes do café. Nos primeiros meses este hábito causou fortes perdas para a empresa. Foi, então, que a Starbucks decidiu alterar os produtos ofertados para satisfazer as necessidades dos consumidores.
4) Projeções de Ingresso
Toda empresa, desde o momento em que ainda está no papel, deve ter projeções dos ingressos e dos custos mensais, trimestrais e anuais. Muitas vezes, os pequenos e médios empresários, por falta de conhecimento e de uma boa consultoria, não consideram os custos iniciais de sua empresa, os custos de manutenção e o quanto elas devem vender para poder estar no ponto de equilíbrio ou, melhor ainda, ter lucro. Em outras palavras, não conseguem pensar no longo prazo.
A Starbucks, por exemplo, tem definido quanto uma pessoa precisa investir para obter a licença de vendas dos seus produtos. Por um valor aproximado de R$500 mil, qualquer um poderia ter o direito de abrir a sua própria cafeteria. No entanto, ainda falta conseguir o local perfeito, as máquinas, os móveis e o treinamento dos funcionários. No final, isso acaba somando um valor total aproximado de R$500 mil. Concluindo, se alguém pretende abrir uma cafeteria Starbucks, deve ter disponíveis, pelo menos, R$1 milhão.
5) Consistência
Por último, a Starbucks não seria nada sem a consistência. A empresa passou por vários problemas e desafios, tanto culturais e econômicos, quanto organizacionais. No entanto, com consistência e sempre pensando no longo prazo, a empresa conseguiu se sobressair ante todas as outras cafeterias e ser uma das empresas mais reconhecidas do mundo. Hoje em dia, a empresa obtém mais de US$25 bilhões em receitas, e cada ação da empresa está cotada no mercado a US$119.00.