Vamos abordar, nesta oportunidade, algumas métricas importantes para o desenvolvimento e a implantação deste sistema de gestão conhecido, pelo mundo afora, como “Lean Manufacturing” ou, Produção Enxuta, no nosso idioma.
Embora a maioria das pessoas familiarizadas com esta terminologia sempre a denominem por “Lean Manufacturing”, precisamos ter em mente que esta metodologia não se limita apenas às áreas de produção ou unidades fabris em geral. Ela é muitíssimo mais ampla, abrangendo os mais variados processos que permeiam uma organização, em diversos segmentos de negócio. Está ficando cada vez mais frequente ouvirmos expressões como “Lean Office” ― o Escritório Enxuto ― que é a mesma metodologia ajustada para as abordagens dos processos administrativos, ou ainda, ouvirmos o termo “Lean Healthcare” ― a Área da Saúde Enxuta ou, Hospital Enxuto ― aqui também com o mesmo objetivo, ou seja, neste caso, melhorar os processos para aprimorar os cuidados e o atendimento ao paciente. Todavia, limitemo-nos ao tema de chamada deste artigo voltado para algumas métricas importantes para a implantação da filosofia da produção enxuta. Isto foi apenas um alerta para que todos fiquemos atentos quanto à amplitude desta filosofia.
Antes de avançarmos no tema, é de suma importância que você use os serviços de uma consultoria como a J. C. MACHADO CONSULTORIA. Com consultores experientes e respeitando a cultura da sua empresa, podemos dar foco nas ações necessárias para que seu negócio possa dar um salto de qualidade no mercado, com significativa melhoria da produtividade, eficiência e lucratividade, aprimorando os seus gestores na busca de resultados. Pense nisso para alavancar o seu negócio!
Inicialmente, e de forma bem resumida, podemos definir que as métricas são informações brutas, traduzidas por um número bruto e sua correspondente unidade de medida. Exemplo: minha loja vendeu, hoje, 30 pares de calçados. Ou, ainda, minha loja faturou, hoje, R$6.000,00 (seis mil reais). Portanto, estas são informações brutas, identificadas no nível operacional da empresa, mas de grande valia para o passo seguinte, que é a definição de indicadores de desempenho.
Feita esta conceituação de métrica, vamos destacar aqui quatro métricas bastante importantes no desenvolvimento e implantação do modelo de produção enxuta.
A primeira delas é o Tempo de Ciclo (“Cycle Time”). Esta métrica corresponde à verificação e cronometragem do tempo necessário para a produção de uma única peça, ou seja, o tempo que o operador leva para executar todos os elementos da operação antes de iniciar uma segunda peça. Esta métrica é de grande utilidade, por exemplo, quando se amplia a escala de produção, pois nos ajuda a conhecer a capacidade de produção da empresa, a fazer o planejamento da reposição de estoque de matéria-prima, a determinar prazos para a área de Compras, a conhecer e determinar a capacidade de armazenamento de estoque, enfim, a garantir que o cliente fique satisfeito com entregas dentro do prazo e com produto de qualidade.
A segunda métrica é o Ritmo (“Takt Time”). O termo, em língua inglesa, tem origem na língua alemã onde se diz Taktzeit. A palavra “takt” tem o significado de ritmo, compasso, cadência. No entanto, no Brasil, estimamos que em 99,9% das situações vamos ouvir a expressão “Takt Time”. Esta métrica nos ajuda a encontrar o melhor balanceamento entre o tempo disponível para produção e a demanda de mercado. Suponhamos que determinada fábrica possua dois turnos diários de produção de 08 horas cada um. Isto significa que a disponibilidade fabril é de 960 minutos por dia. Agora, suponhamos, também, que a demanda de um determinado cliente seja de 160 produtos por dia. Ao dividirmos os 960 minutos pelos 160 produtos, chegamos à conclusão de que o “takt time” é de 6 minutos. Desta forma, podemos entender que todo o processo fabril pode ser balanceado desde o recebimento da matéria- prima até o produto final, sem necessidade de estoques em excesso, tanto de matéria-prima, como de produto acabado.
A terceira métrica é o Tempo de Atravessamento (“Lead Time”). Esta métrica permite que se examine a operação, ao menos, sob o foco de duas grandezas e abordagens distintas. A primeira destas abordagens daria um destaque com foco na produção, ou seja, a definição de tempos com relação ao atendimento às demandas dos clientes. A segunda abordagem, teria um foco direcionado para a área de Suprimentos, ou seja, uma preocupação com o tempo de reposição do estoque de matéria-prima. Seria o “lead time” de compra, ou “lead time” de entrega, cuja medição exerce forte influência na entrega do produto ao consumidor final. Podemos depreender, destas duas abordagens, o quanto elas podem ajudar a definir o planejamento da sua empresa.
A quarta métrica é o Tempo de Agregação de Valor (“Value Added Time”). A métrica do Tempo de Agregação de Valor mostra o tempo efetivo de transformação da matéria-prima em produto, ou seja, quanto do processo, que utilizamos na sua fabricação, agrega um valor que o cliente está disposto a pagar. Portanto, caro leitor, uma atividade que agrega valor é uma atividade que o cliente final ou consumidor considera válida e aceita pagar por isso. Isto nos remete à ideia de concorrência no produto ou serviço, o que nos leva a perguntar, a nós mesmos, por que os clientes compram produtos ou serviços da minha empresa e não da concorrência?
Concluindo esta matéria, estas métricas nos ajudam a criticar a maneira como executamos certos processos em nossas empresas. Elas nos ajudam a sair da zona de conforto quando, às vezes, ficamos anos e anos a olhar um processo da mesma maneira, sem quaisquer questionamentos à qualidade de um processo ou produto, nem aos desperdícios e consequentes custos gerados na empresa.
Muito sucesso nos seus negócios!